A Fundação Teatro Municipal do Rio de Janeiro, vinculada à Secretaria de Estado de Cultura (SEC), dá prosseguimento à temporada lírica do segundo semestre de 2015, que leva a assinatura do Maestro André Cardoso, com As Bodas de Fígaro. O Coro e a Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal irão apresentar esta obra de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791), com produção original do Theatro São Pedro, de São Paulo, nos dias 19, 20, 21, 22, 26, 27, 28 e 29 de novembro. Além de se divertir com esta ópera-bufa, os espectadores que estiverem nestas sessões receberão um livreto com informações detalhadas sobre todas as atrações da Temporada 2016 e sobre as modalidades para vendas de assinaturas de óperas e balés. Ao longo das oito récitas, irão se revezar nos papéis centrais as sopranos Carla Cottini e Chiara Santoro (Susana), Maíra Lautert e Marina Considera (Condessa de Almaviva), os barítonos Rodrigo Esteves e Felipe Oliveira (Fígaro), Douglas Hahn e Manuel Alvarez (Conde de Almaviva) e os tenores Giovanni Tristacci e Cleyton Pulzi (Don Basilio), contracenando com a mezzo-soprano Malena Dayen (Cherubino) e o baixo Savio Sperandio (Don Bartolo). Completam o elenco, as mezzo-sopranos Lara Cavalcanti e Beatriz Pampolha (Marcelina), os barítonos Ciro D’Araújo e Frederico de Oliveira (Antonio), as sopranos Michele Menezes e Luiza Lima (Barbarina) e os tenores Bruno dos Anjos e Guilherme Moreira (Don Curzio). Esta montagem contará com a iluminação de Wagner Pinto, figurino de Fábio Namatame, cenografia de Nicolàs Boni, direção cênica de Livia Sabag e direção musical e regência do Maestro Tobias Volkmann.
Com libreto escrito por Lorenzo Da Ponte (1749-1838) a partir da comédia Le Mariage de Figaro, do dramaturgo francês Pierre Beaumarchais (1732-1799), esta ópera tem um protagonista de forte empatia e popularidade. O personagem Fígaro é ardiloso, perspicaz e ao mesmo tempo humano, de inteligência engenhosa, capaz de superar qualquer cilada. Este barbeiro Fígaro fascinou Mozart, que apresentou o texto ao poeta Lorenzo da Ponte, marcando a primeira de uma das mais vitoriosas parcerias na história da ópera. Obra-prima do teatro lírico de todos os tempos, As Bodas de Fígaro estreou em 1786, em Viena, sob a direção do próprio Mozart. Ambientada no fim do século XVIII, nos arredores de Sevilha, retrata o romance entre Fígaro e Susana, criados do Conde e da Condessa Almaviva, que estão de casamento marcado para breve. No entanto, um obstáculo à união feliz dos servos é que o Conde passa um longo período tentando seduzir Susana, levando os noivos a acreditar que o nobre não abrirá mão do abominável Direito do Senhor, que dava ao patrão o privilégio de passar a noite de núpcias com sua empregada, antes do futuro marido.
“As alusões de crítica social e política da peça, embora eliminadas, permitiram a Mozart criar uma obra de grande dimensão humana, com motivos melódicos refinados que sugerem as ambivalências e riquezas de sentimentos e as desigualdades de classes, surpreendentes em se tratando de uma ópera-bufa que ganha, assim, uma densidade extraordinária nas mãos deste genial compositor”, comenta o Maestro André Cardoso, Diretor Artístico da Fundação Teatro Municipal.
Sobre a ópera
Pierre-Augustin de Beaumarchais (1732-1799) foi relojoeiro, professor de harpa, juiz, financista, diplomata, espião, contrabandista de armas e panfletário. Mas hoje em dia é lembrado como autor de duas comédias que marcaram época no teatro francês, atualmente pouco encenadas, porém relembradas pelas óperas a que deram origem: o Barbeiro de Sevilha e As Bodas de Fígaro. O Barbeiro (1775) estreou na Comédie Française numa sexta-feira, um fracasso, foi modificada e reduzida, e reestreada no domingo triunfalmente. Um dos maiores sucessos da história da Casa de Molière, por ser uma peça rápida, cheia de diálogos brilhantes, cenas engraçadas e recheadas de ironias disparadas em todas as direções. Em 1781 Beaumarchais criou uma nova comédia usando os mesmos personagens do Barbeiro. Só que nesta, a heroína não têm mais 16 anos, mas cerca de 30, o herói não é mais o jovem apaixonado e sim um marido ciumento e libertino. A peça foi proibida só subindo à cena em 1784. A razão foi que, naquele momento, sopravam de todas as direções os ventos da Revolução. E o segundo Fígaro, não age mais por amor ao dinheiro, mas por amor próprio. É o porta-voz do novo povo, o contestador da ordem constituída, o demolidor da nobreza e dos magistrados. Não mais um criado colaborador da felicidade alheia, mas um homem reivindicando o direito ao seu quinhão na vida. A peça escarnecia da nobreza e do absolutismo em geral, e seus ataques deram-lhe um atrativo a mais para seu triunfo.
Uma tradução da peça foi publicada em Viena, mas sua representação foi proibida. Mozart a leu e a sugeriu, como base para uma ópera, ao poeta da Ópera da Corte, o esperto e habilíssimo Lorenzo Da Ponte. Ambos raciocinaram que se a peça Figaros Hochzeit fôra proibida, a Censura, com sua habitual falta de lógica, não proibiria uma ópera chamada Le Nozze di Figaro. Da Ponte com sua argumentação e Mozart por ter ido pessoalmente tocar trechos da ópera, fizeram com que o imperador José II ordenasse sua apresentação, ocorrida em maio de 1786 no Burgtheater. Da Ponte e Mozart intitularam a ópera como commedia per musica, escrevendo que era intenção oferecer um novo tipo de espetáculo. Intenção plenamente realizada pela habilidade do poeta e pelo gênio do compositor, numa ópera cuja popularidade glorifica, duzentos anos depois, seus autores.
Resumo da ópera
Fígaro, no dia de seu casamento, mede o quarto que seu amo, o Conde, lhe atribuiu (Cinque, dieci..), mas sua noiva, Susana, lhe chama atenção para o fato de o quarto estar colado ao do Conde. Fígaro percebe a intenção (Se vuol ballare signor Contino). Cherubino, o pajem adolescente apaixonado por todas as mulheres (Non so più cosa son), pede ajuda à Susana para evitar ser mandado ao exército. Quando o Conde chega, furioso, dá um brevê de oficial ao pajem, mandando-o partir imediatamente, debaixo do sarcasmo de Fígaro (Non più andrai). A Condessa deplora a inconstância de seu marido (Porgi amore). Susana conta sobre as tentativas de sedução do Conde e as duas resolvem dar-lhe uma lição. Um bilhete o avisará que a Condessa irá se encontrar àquela noite com seu amante e Susana deverá aceitar as propostas do Conde para um encontro. Mas quem irá no lugar de Susana será Cherubino, travestido, e assim a Condessa poderá surpreender o marido.
O pajem, enquanto é travestido, faz, indiretamente, uma declaração à Condessa (Voi Che sapete). Susana aceita se encontrar à noite com o Conde (Crudel, perchè finora), mas este percebe estar sendo enganado (Vedrò, mentre suspiro) e jura vingar-se. A Condessa espera que tudo dê certo para que possa recuperar o amor do marido (Dove sono) e dita à Susana um bilhete para o Conde, marcando o encontro no parque do castelo (Che soave zeffiretto). No parque, Fígaro fica sabendo do encontro Susana-Conde e despeja sua ira contra as mulheres (Aprite um pó quegl’occhi). Susana, de Condessa, atiça seu ciúme (Deh vieni non tardar). O Conde, então leva falsa “Susana” para um pavilhão, visto por Fígaro, que resolve denunciar o fato à suposta “Condessa”. Esta acaba por se trair e os dois se reconciliam. O Conde, vendo as declarações de Fígaro à fictícia “Condessa”, chama por socorro. Todos pedem que ele a perdoe. A Condessa, então, se revela e o desmascarado Conde pede-lhe perdão, que é concedido. Tudo acaba bem (Cosa avenne, cosa avenne).
Sobre os solistas principais
Carla Cottini, soprano – Susana
Vencedora do Prêmio Revelação no 10º Concurso de Canto Maria Callas da cidade de Jacareí (SP) em 2011, Carla Cottini tem se destacado por integrar em suas performances apurada técnica, belo timbre e marcante presença cênica. Estreou no Theatro Municipal de São Paulo em dezembro de 2011 como Ida, em O Morcego, e como Musetta, em La Bohème, com a Orquestra Sinfônica do Sergipe. Em 2012 canta a primeira audição mundial da obra Fantasia Gabriela, de Andre Mehmari, escrita por encomenda da Orquestra Sinfônica da Bahia para as comemorações do centenário de Jorge Amado. Participou em São Paulo dos musicais My Fair Lady (em 2007, sob a direção de Jorge Takla), Esta é a Nossa Canção (em 2009, sob a direção de Charles Randolph Wright) e Cats (em 2010, sob a direção de Richard Staford). Recentemente, esteve sob orientação de Louis Salemno (repertório italiano), Laila Barnat (repertório francês), Ana Luisa Chova (técnica vocal) e Hussan Park. Além de sua dedicação ao canto lírico, Carla Cottini tem formação em artes cênicas, jazz dance e balé clássico na Casa de Artes OperAria. Carla vive em Valência, Espanha.
Chiara Santoro, soprano – Susana
Soprano lírico de coloratura, Chiara Santoro é Bacharel pela UniRio, com pós-graduação no Conservatório Santa Cecília, de Roma. Concluiu o Biennio com nota máxima e menção de louvor. Venceu o primeiro prêmio no VII Concorso Nazionale di Canto A.Gi.Mus, em Roma, e o prêmio de Melhor Interpretação no VII Concurso Principessa Trivulzio, em Milão. Foi uma das vencedoras do Concurso Maria Callas 2013, em São Paulo. Estudou no Opera Studio da Accademia Nazionale di Santa Cecília com Renata Scotto e, na França, com Teresa Berganza no Festival de Bougival. Em suas performances destaca-se o repertório mozartiano: Zerlina em Don Giovanni (Orquestra da UFRJ, Rome Festival Orchestra e Festival de Bougival), Pamina em A Flauta Mágica (Rome Festival Orchestra), Aminta em Il Re Pastore (OSB O&R) e a parte solista no Requiem (Praga Simphonietta) e Litaniae di Altaris Venerabilis (Sinfônica de Karlovy Vary). Foi integrante da Academia de Ópera do Theatro São Pedro, onde debutou como “A Moça” na ópera inédita O Menino e a Liberdade, de Ronaldo Miranda, e como Nannetta em Falstaff, de Verdi.
Rodrigo Esteves, barítono – Fígaro
Iniciou seus estudos no Rio de Janeiro com o tenor Alfredo Colósimo, transferindo-se depois para a Espanha onde se aperfeiçoou com o barítono Antonio Blancas, em Madri. Interpretou óperas como Macbeth, Don Carlo, Ballo in Maschera, La Traviata, Falstaf, Oberto, Trovatore, Otello, La Boheme, Tosca, Cavalleria Rusticana, Pagliacci, Salomé, Lucia di Lammermoor, L’Elisir d’Amore, La Favorita, Il Barbiere di Siviglia, Don Giovanni, Le Nozze di Figaro, Romeo et Juliette, Faust, Der Rosenkavalier e Carmen. Cantou com nomes como Plácido Domingo, Marcelo Álvarez, Denice Graves, Gregory Kunde, Maria Jose Siri, Viorica Cortez, Rockwell Blake, Luiz Ottavio Faria, Fernando Portari, Dimitra Teodossiu, Violeta Urmana, Leontina Vaduva e em teatros na Argentina, Brasil, México, Portugal, Espanha, Itália, França, Japão. Foi dirigido pelos maestros Silvio Barbato, Antoni Ros Marbá, John Neschling, Stefano Ranzani, Miguel Ángel Gomez Martínez, Alain Lombard, Alain Guingal, Marcello Panni, Adrian Leaper, Lorin Maazel, Patrick Fournillier. Ganhou o prêmio Carlos Gomes de Música Erudita, categoria Melhor Solista Masculino em 2009 e em 2010. Participou de masterclasses com Raina Kabaivanska e Renato Bruson. Recentemente debutou na Arena de Verona, cantando Scarpia da opera Tosca e seus próximos compromissos o levam à Palermo, na Itália, com as óperas Attila e Carmen, e também a Vigo e a Málaga, na Espanha, com Cavalleria Rusticana e I Pagliacci.
Felipe Oliveira, barítono – Fígaro
Iniciou os estudos de Canto com Fátima de Brito em Maceió, sua cidade natal. Deixou o curso de Medicina no quarto ano para dedicar-se inteiramente à música. Estudou na UNESP/SP com Martha Herr e aperfeiçoou-se com Isabel Maresca. Ganhador de prêmios em vários concursos de canto no Brasil, transferiu-se em 2006 para Glasgow, Escócia, onde concluiu os Mestrados em Ópera e em Performance Vocal no Royal Conservatoire of Scotland. Desde 2011 vive em Modena, Itália, sob a orientação de Mirella Freni. Colaborou com a Royal Scottish National Orchestra, Orquestra Amazonas Filarmônica, Sinfônicas de Minas Gerais, do Espírito Santo e da Paraíba, Orchestra Regionale Dell’Emilia Romagna e Regionale Abruzzese, entre outras. Em ópera, cantou os papéis-título de Don Giovanni, Eugene Onegin e Don Pasquale. Interpretou Guglielmo em Così Fan Tutte, Bartolo em O Barbeiro de Sevilha, Fígaro em As Bodas de Fígaro, Papageno em A Flauta Mágica e Schaunard em La Bohème, em teatros do Brasil, Argentina e da Europa. Na temporada 2014 / 2015, fez sua estreia no Teatro Bolshoi, Moscou, no concerto comemorativo aos 50 anos de cooperação entre o teatro russo e o Teatro Alla Scala de Milão e cantou Masetto no Don Giovanni do Teatro Comunale di Modena e Teatro del Giglio di Lucca, na Itália.
Douglas Hahn, barítono – Conde de Almaviva
Fez sua estreia em Florianópolis em 1996 com a ópera Il Guarany e no ano seguinte estreou no Theatro Municipal SP com L’Elisir d’Amore, seguindo com La Bohème, Il Guarany, La Forza Del Destino, La Fille du Regiment, L’Italiana in Algeri, Falstaff e Le Villi. Estreou na Itália com Don Giovanni e La Bohème na cidade de Adria, Rovigo. No Theatro Municipal RJ participou das óperas Un Ballo in Maschera, L’Elisir d’Amore, Missa de Coroação e Carmina Burana. Em Florianópolis atuou em A Flauta Mágica, Rigoletto, Réquiem de Mozart, La Traviata, L’Elisir d’Amore, La Serva Padrona e O Barbeiro de Sevilha. No Teatro Guaíra atuou nas produções de La Bohème, Don Giovanni, Rigoletto e La Traviata. Recebeu o Troféu Aldo Baldin, 2008 através da Pró-Música de Florianópolis. Em Buenos Aires interpretou Poliuto no Teatro Avenida; junto a OPES participou da estreia na América Latina da ópera Der Zwerg, na Sala Cecília Meireles. Recebeu o Prêmio Edino Krieger como Destaque Musical de 2009, conferido pela Academia Catarinense de Letras e Artes. Dentre seus últimos trabalhos destacam-se; Romeu et Juliette no XIV Festival Amazonas de Ópera; Loreley no Teatro Avenida em Buenos Aires; Don Pasquale no Theatro São Pedro, em São Paulo; Aída no Salão de Atos da PUC em Porto Alegre; La Traviata no Teatro Pedro Ivo em Florianópolis; La Serva Padrona em turnê catarinense; Concerto de Reabertura do Theatro Municipal SP e a opereta O Morcego (Dr. Falke); Tristan und Isolde (Kurwenal) no Teatro Argentino La Plata; estreou na Sala São Paulo junto a OSESP com a Oitava Sinfonia de Mahler; O Barbeiro de Sevilha em Chapecó; Rigoletto em forma de concerto no Teatro São Pedro em SP; Lucia di Lammermoor no Teatro San Martin Libertador em Córdoba; Il Campanello di Notte no Theatro São Pedro, em Porto Alegre.
Manuel Alvarez, barítono – Conde de Almaviva
Um dos exponenciais do canto lírico brasileiro, iniciou sua carreira no Coro do Theatro Municipal do Rio. Seu trabalho como solista rendeu-lhe vários destaques, como sua estreia interpretando Iberê em Lo Schiavo, de Carlos Gomes, em 1999. Trabalhou em montagens dos principais teatros e festivais do Brasil – Theatro Municipal do Rio e SP, Palácio das Artes BH, Teatro da Paz, em Belém, e Festival de Campos do Jordão – em títulos como Il Guarany, Simon Boccanegra, La Traviata, Madame Butterfly, A Flauta Mágica, O Elixir do Amor, Macbeth, Il Trovatore, Falstaff, O Chapéu de Palha, Aída, O Pescador de Pérolas, I Pagliacci, O Barbeiro de Sevilha, Rigolleto, Gianni Schicchi, La Bohème, O Morcego, Romeu e Julieta, La Cambiale di Matrimonio e L’Infedeltà Delusa de Haydn. Na Argentina, participou das óperas Jerusalém de Verdi, no Teatro Roma, e Carmen, no Estádio Luna Park; no Teatro de Santiago do Chile, de Aida. Integrou a Cia. Brasileira de Ópera, dirigida pelo maestro Jonh Neschiling, cantando Bartolo em O Barbeiro de Sevilha. Com a Cia de Ópera de SP fez o papel-título em Rigoletto, além de ter cantado o protagonista da première sul-americana de O Barbeiro de Sevilha, de Paisiello, regido por Sérgio Monterisi e dirigido por Enzo Dara, no Theatro São Pedro SP.
Maíra Lautert, soprano – Condessa de Almaviva
Maíra tem percorrido uma trajetória ascendente na cena lírica brasileira. Em 2013, estreou no papel-título em A Raposinha Esperta de Janacek e Primeira Donzela em Parsifal, no Festival Amazonas de Ópera. Também interpretou Dirce (Medéia) com OSBOR no Theatro Municipal RJ. Performances anteriores incluem Ortlinde (A Valquíria) no TMRJ e TMSP, Adele (Il Pirata, de Bellini) no TMRJ, Anjo Negro (J.G. Ripper) no Parque Lage. Cantou em O Anão de Zemlinky com Petrobras Sinfônica sob a regência de Isaac Karabtchevsky e a ópera Domitila de Ripper em turnê brasileira. Aperfeiçoou-se em Milão, em 2009, com Rita Patanè e participou de masterclasses e workshops com Sherryll Milnes e Ileana Cotrubas. Venceu o VII Concurso Nacional Villa-Lobos, terceiro lugar no VII Concurso Internacional de Canto Bidu Sayão e terceiro lugar no I Concurso de Canto Lírico / Ópera da UFRJ. Maíra estudou com Laura de Souza e é Bacharel em canto pela Escola de Música da UFRJ.
Marina Considera, soprano – Condessa de Almaviva
Marina Considera é Mestra pela UFRJ e Bacharel em Canto pela UniRio. Sua estreia profissional se deu em 2006 em A Carta, sob a regência de Henrique Morelenbaum. Integrou o Opera Studio da Accademia Nazionale di Santa Cecília sob a orientação de Renata Scotto, Anna Vandi e Cesare Scarton. Cantou no Auditorium Parco Della Musica, na Fundação Tito Gobbi e no Teatro Stabile di Abruzzo. Em 2012, nos Concertos FINEP -Rádio MEC, protagonizou Norma (Bellini), Maria Tudor (Gomes) e La Forza Del Destino (Verdi). Com a OSB – O&R estreou no TMRJ, onde atuou também como Rossweisse em A Valquíria, sob a regência de Luiz Malheiro. No TMSP estreou como Rosália em Jupyra e, no mesmo ano, foi solista na Nona Sinfonia de Beethoven na Sala São Paulo, sob a regência de Roberto Tibiriçá, e na Quarta Sinfonia de Mahler sob a regência de John Neschling. Foi Nedda em I Pagliacci no TMSP, sob a regência de Ira Levin e protagonista da ópera Tosca em Porto Alegre, sob a regência de Henrique Ricci. No festival de Campos de Jordão, foi solista em um concerto em homenagem a Carlos Gomes sob a regência de Luiz Malheiro. Em 2015, foi protagonista em Suor Angelica, no Festival da Music Academy international, sob a regência de Elaine Rinaldi, em Trentino (Itália), e cantou na Sala Cecilia Meireles um concerto em homenagem a Schumann e Brahms. Atualmente é orientada pela soprano Eliane Coelho.
Malena Dayen, mezzo-soprano – Cherubino
Reconhecida pelo New York Times como “memorável” pela performance no Carnegie Hall em 2013, estreou como Carmen com a Natchez Opera Festival, repetindo o papel com a New York Lyric Opera e o International Vocal Arts Institute. Interpretou a Aia na estreia mundial de Fedra e Hipólito (Christopher Park) no Palácio das Artes de Belo Horizonte. Em seu repertório destacam-se Romeo (I Capuleti e i Montecchi), Adalgisa (Norma), Rosina (Il Barbiere di Siviglia), Dorabella (Così fan Tutte), Sesto (La Clemenza di Tito) e María (María de Buenos Aires). Requisitada por compositores contemporâneos, recentemente atuou na estreia de The Blizzard Voices (P. Moravec) e no Requiem (B. Ellingboe), no Carnegie Hall. Com o Oratório Society of New York excursionou pela Hungria, Itália e Brasil. Apresentou-se com a Orquestra do Teatro Colón, a Orquestra de Câmara Israelita e a Orquestra Sinfônica de Porto Rico. Reside em Nova York onde estudou no Mannes College of Music.
Savio Sperandio, baixo – Don Bartolo
A voz e a presença cênica marcantes de Savio Sperandio o tem tornado um dos artistas mais solicitados do Brasil. Cantou O Barbeiro de Sevilha (Bartolo) no Teatro Colón (2005), no Festival de Ópera de Ercolano (2007) e no Teatro Real de Madrid (2008), L’Italiana in Algeri (Mustafá) no Festival Rossini in Wildbad (2008), Il Viaggio a Reims (Don Profondo) no Rossini Opera Festival (2006) e no Teatro Arriaga de Bilbao (2008) sob a direção de Emilio Sagi e regência de Alberto Zedda , Don Pasquale (Don Pasquale) no Teatro Real de Madrid (2009), Zelmira (Gran Sacerdote) no Rossini Opera Festival (2009) sob a regência de Roberto Abbado, Una Cosa Rara (Lisargo) no Palau de les Arts Reina Sofía (2010). Em concertos sinfônicos, cantou com as principais orquestras brasileiras (OSESP, OPES, OSMG, OSM SP, Amazonas Filarmônica etc), destacando o Réquiem (G. Verdi), Messa di Gloria (G. Puccini), Messiah (G.F. Handel), Réquiem (W.A. Mozart), Nona Sinfonia e Missa Solemnis (L.V. Beethoven). Recebeu os prêmios: “Melhor Intérprete de Canção Brasileira” no IV Concurso Internacional de Canto Lírico Carlos Gomes, “Melhor Intérprete de Canção de Osvaldo Lacerda”, “Revelação do Ano” no Prêmio Carlos Gomes de Música Erudita (2005). Recentemente participou de Romeo e Julieta no TMRJ, O Caso Makropulos com a Petrobras Sinfônica, Aida em Porto Alegre, O Barbeiro de Sevilha com a Cia. Brasileira de Opera na turnê pelo Brasil e La Bohème no Teatro Pedro II em Ribeirão Preto SP. Savio Sperandio é Bacharel em Canto e Violino pela Universidade Federal de Goiás e é orientado por Isabel Maresca.
Lara Cavalcanti, mezzo-soprano – Marcelina
Formada pela Escola de Música da UFRJ com o título Magna cum Laude, Lara Cavalcanti é corista do Coro do Theatro Municipal RJ. Entre suas atuações em óperas destacam-se, Marcellina em Le Nozze di Figaro, Mãe em A Menina das Nuvens, Pajem de Herodias em Salome, Girl em Trouble in Tahiti, Dorabella em Così Fan Tutte, Mercedes em Carmen, Tisbe em La Cenerentola, Os Pastores em Amahl e os Visitantes da Noite e Iphise em Renaud, de Sacchini. Também são relevantes as participações no Te Deum de Bruckner, no Theatro Municipal RJ, e a Missa em Mi bemol maior de Padre José Maurício Nunes Garcia, com a Orquestra Sinfônica Brasileira. Em 2015, recebeu o prêmio para personagem no Concurso Maria Callas. Trabalhou com maestros como Silvio Viegas, Abel Rocha, Roberto Duarte, Tobias Volkmann, Bruno Procópio, Álvaro Peterlevitz, Ernani Aguiar, Jésus Fiqueiredo e André Cardoso, além dos diretores cênicos André Heller-Lopes, William Pereira e Livia Sabag, entre outros. Teve aulas com Homero Velho e com Eliane Coelho. Gravou como solista o Magnificat de João Guilherme Ripper, com o Coro Brasil Ensemble, e Ladainha, de Francisco Braga, com o Coro de Câmara Sacra Vox.
Beatriz Pampolha, mezzo-soprano – Marcelina
A carioca Beatriz Pampolha é aluna da professora Andrea Albuquerque Adour desde 2013 e já participou de vários concertos como Nona Sinfonia de Beethoven, Requiem de Verdi, Magnificat de C.P.Bach, Stabat Mater de Pergolesi, Te Deum de Francisco Braga e Missa do Padre José Maurício. Recentemente, se apresentou com o Coro do Theatro Municipal RJ do Projeto Aquarius. Foi convidada pelo compositor Filipe de Matos a estrear a peça Canto Puro, criada para esta cantora. Também recebeu convite para participar este ano da Bienal de Música Contemporânea, interpretando a obra O Peso do Eco, de Cadu Verdan. Já se apresentou na Sala Cecília Meireles, no Theatro Municipal RJ e de Vitória, sob as regências de Isaac Karbtchevsky, Tobias Volkmann, Silvio Viegas, Carlos Prazeres e André Cardoso. Em ópera, atuou sob a regência de Karabtchevsky em Carmen, em Madama Butterfly e em Fidelio. Cantou o papel de Una Novizia em Suor Angelica. Em 2014 interpretou Merenciana em O Diletante, de João Guilherme Ripper, na Escola de Música da UFRJ. Na mesma Escola atuou em Così Fan Tutte, em O Cavalinho Azul (como a Lavadeira) de Tim Rescala; em Os Irmãos Repentistas e os Pandeiros Encantados (Violeta) de Rafael Bizerra; e neste ano, em O Limpador de Chaminés (Zora), de Benjamin Britten. No Centro Cultural do Poder Judiciário, participou da opereta Caso no Júri, de Gilbert e Sullivan, nos anos de 2012 e 2013.
Giovanni Tristacci, tenor – Basilio
Iniciou seus estudos de canto em Porto Alegre, com o professor Decápolis de Andrade, no Conservatório de Música Pablo Komlos. Ingressou depois na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde estudou com Mazias de Oliveira. Estreou na cena lírica em 2006, na ópera Idomeneo, de Mozart, apresentada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, no papel de “troiano”. Em seguida, cantou em A Flauta Mágica, de Mozart, nos papéis de “segundo sacerdote” e “primeiro homem armado”. Em 2007, fez parte do elenco da ópera O Cientista, do compositor Sílvio Barbato, em montagem com diversas apresentações em capitais no Nordeste e em Duque de Caxias, RJ. Foi solista, em 2007, do Réquiem do Padre José Maurício, regido pelo maestro Ernani Aguiar, à frente da Orquestra Sinfônica da UFRJ. Ainda com esta orquestra, participou da Gala Lírica em homenagem a Verdi, sob a regência de André Cardoso. Esteve presente em vários Festivais, entre os quais destacam-se Verões Musicais, em Gramado e Canela, e Festival Internacional de Música de Campos do Jordão. Atualmente cursa o Bacharelado em canto, na UFRJ. Recebe orientações do Professor Eduardo Álvares.
Cleyton Pulzi, tenor – Basilio
Graduou-se na USP e, em 2014, mudou-se para os EUA, onde concluiu Mestrado em Ópera com Kathryn Hartgrove, em Atlanta, e fez o curso de interpretação ‘Harrower Opera’, sob a direção de Carroll Freeman. Destacou-se em Bastien und Bastienne (Bastien), A Flauta Mágica (Tamino), D. Giovanni (D. Ottavio) e Der Schauspieldirektor, de Mozart; Amahl and the Night Visitors (Rei Gaspar), de Menotti; e Gianni Schicchi (Rinuccio), de Puccini. Em 2012, estreou no Festival Amazonas cantando I Puritani (Arturo), de Bellini. Esteve em algumas cidades na Itália interpretando Ramiro em La Cenerentola de Rossini, ópera que cantou também no Theatro São Pedro (SP). Entre suas atuações nos Estados Unidos estão The Crucible de Ward, O Barbeiro de Sevilha de Rossini e sua estreia como Rodolfo em La Bohème de Puccini, no Rialto Theater em Atlanta, e como cover na Michigan Opera. Em 2005, foi Revelação no 1° Concurso Nacional de Canto Edmar Ferreti e venceu o 1° Concurso de Canto do Rotary Club SP, que o levou para o 4º International Rotary Opera Contest, em Portugal. Em 2010, foi o único brasileiro classificado para o Concurs Internacional Jaume Aragall, que aconteceu na Espanha. Em 2010, venceu o concurso Bauru-Atlanta Competition e, em 2014, foi finalista do concurso do San Francisco Opera.
Sobre a Diretora Cênica – Livia Sabag
Formada em Artes Cênicas pela USP, a paulistana Livia Sabag estreou como diretora cênica de espetáculos operísticos, em 2003. Considerada uma das mais importantes profissionais da área no país, dirigiu, recentemente, Salomé, de R. Strauss no Theatro Municipal SP e Le Nozze di Figaro, de Mozart, no Theatro São Pedro (SP). Em 2014, Salomé conquistou os prêmios de Melhor Ópera no Prêmio Concerto 2014 e na premiação do jornal Folha de São Paulo. Também assinou as encenações das óperas The Turn of the Screw, de Britten, regida por Steven Mercurio no Theatro São Pedro (SP, em 2014), Madama Butterfly, de Puccini, abrindo a temporada de óperas de 2013 da Fundação Clóvis Salgado, em Belo Horizonte; O Rouxinol, de Stravinsky, no Theatro Municipal SP, em 2012; e Lucia di Lammermoor, de Donizetti, na Manhattan School of Music em Nova York, onde também realizou sua estreia internacional, dirigindo a ópera Falstaff, de Verdi, no ano anterior. Em 2011, dirigiu a aclamada produção de L’Enfant et les Sortilèges, de Ravel, na comemoração dos 100 anos do Theatro Municipal SP, ópera que recebeu seis troféus no XV Prêmio Carlos Gomes, entre eles melhor espetáculo e melhor direção cênica. Em 2010, dirigiu Rigoletto, de Verdi no Theatro São Pedro SP e La Serva Padrona, de Pergolesi. Foi diretora artística e cênica nas produções de I Pagliacci, de Leoncavallo, em 2009, A Water Bird Talk, de Argento, e The Bear, de Walton, em 2008 no Theatro São Pedro SP. No mesmo ano, dirigiu Amelia al Ballo, de Menotti, no Theatro Municipal SP. Em 2007, foi diretora artística e cênica de Il Matrimonio Segreto, de Cimarosa, no Theatro São Pedro SP. Atuou ainda como assistente de direção entre 2005 e 2008 nas produções Joanna de Flandres, no Teatro Alfa; Andrea Chénier e La Fille du Régiment, no Theatro Municipal SP; Mozart & Salieri, no Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão; The Man Who Mistook His Wife for a Hat, no Theatro São Pedro e no Palácio das Artes de Belo Horizonte; Maria Golovin, no XII Festival Amazonas de Ópera, em Manaus.
Sobre o Diretor Musical e Regente – Tobias Volkmann
Desde a conquista dos principais prêmios concedidos no Concurso Internacional de Regência Jorma Panula 2012, na Finlândia, e do Prêmio de Público no Festival Musical Olympus de São Petersburgo em 2013, Tobias Volkmann vem atraindo atenção para uma carreira internacional em ascensão. Como regente convidado, já esteve à frente de grandes orquestras europeias e sul-americanas, a exemplo da Sinfônica do Porto Casa da Música, da Sinfônica Estatal do Museu Hermitage, da Sinfônica Estatal de São Petersburgo, da Sinfônica do Chile e da Petrobras Sinfônica. Em 2015 fez a estreia alemã à frente da Orquestra Sinfônica de Brandemburgo e também irá estrear na célebre sala do Gewandhaus de Leipzig como convidado da temporada oficial do Coro e Orquestra da Rádio MDR. No Theatro Municipal do Rio de Janeiro apresentou-se em concertos sinfônicos e dirigiu a OSTM em três produções de balé, como a recente Apoteose da Dança. A montagem de As Bodas de Fígaro marca sua estreia na direção musical de óperas neste teatro. Compromissos futuros incluem a estreia como convidado da Filarmônica de Minas Gerais. Apresentou-se em concertos com as orquestras sinfônicas de Vaasa e Jyväskylä (Finlândia), Orquestra Lyatoshinsky de Kiev, com as sinfônicas de Porto Alegre, Campinas e da UFRJ. É convidado frequente nas temporadas da Orquestra Sinfônica Nacional – UFF e da Orquestra Sinfônica da Universidade Nacional de Cuyo, em Mendoza (Argentina). Entre 2012 e 2014 atuou como maestro assistente do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Entre 2009 e 2011 foi regente assistente da Orquestra Filarmônica Carnegie Mellon nos Estados Unidos. Realizou sua formação com grandes nomes da regência em masterclasses internacionais ministrados por Kurt Masur, Jorma Panula, Ronald Zollman, Isaac Karabtchevsky e Fabio Mechetti. Estudou na Universidade Federal do Rio de Janeiro sob a orientação de André Cardoso e concluiu mestrado em Regência Orquestral na Universidade Carnegie Mellon de Pittsburgh (EUA) sob a orientação de Ronald Zollman.
SERVIÇO:
AS BODAS DE FÍGARO
CORO E ORQUESTRA SINFÔNICA DO THEATRO MUNICIPAL
Música – Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791)
Libreto – Lorenzo Da Ponte (1749-1838) a partir de
Le Mariage de Figaro, de Pierre Beaumarchais (1732-1799)
Produção original do Theatro São Pedro (São Paulo)
Desenho de Luz – Wagner Pinto
Figurino – Fábio Namatame
Cenografia – Nicolàs Boni
Direção Cênica – Livia Sabag
Direção Musical e Regência – Tobias Volkmann
Solistas das récitas de 19, 21, 27, e 29 de novembro
Susana – Carla Cottini, soprano
Fígaro – Rodrigo Esteves, barítono
Conde de Almaviva – Douglas Hahn, barítono
Condessa de Almaviva – Maíra Lautert, soprano
Cherubino – Malena Dayen, mezzo-soprano
Don Bartolo – Savio Sperandio, baixo
Marcelina – Lara Cavalcanti, mezzo-soprano
Basilio – Giovanni Tristacci, tenor
Antonio – Ciro D’Araújo, barítono
Barbarina – Michele Menezes, soprano
Don Curzio – Bruno dos Anjos, tenor
Solistas das récitas de 20, 22, 26 e 28 de novembro
Susana – Chiara Santoro, soprano
Fígaro – Felipe Oliveira, barítono
Conde de Almaviva – Manuel Alvarez, barítono
Condessa de Almaviva – Marina Considera, soprano
Cherubino – Malena Dayen, mezzo-soprano
Don Bartolo – Savio Sperandio, baixo
Marcelina – Beatriz Pampolha, mezzo-soprano
Basilio – Cleyton Pulzi, tenor
Antonio – Frederico de Oliveira, barítono
Barbarina – Luiza Lima, soprano
Don Curzio – Guilherme Moreira, tenor
Theatro Municipal do Rio de Janeiro
Praça Floriano, s/nº – Centro
Dias 19, 21, 26, 27 e 28 de novembro, às 20h
Dias 20, 22, 29 de novembro, às 17h
Preços:
Frisa / Camarote – R$ 504,00
Plateia / Balcão Nobre – R$ 84,00
Balcão Superior – R$ 60,00
Galeria – R$ 30,00
Desconto de 50% para portadores de necessidades especiais, idosos e estudantes.
Capacidade – 2.227 lugares
Classificação etária – 8 anos
Duração – 180 minutos (com intervalo)
Informações – (21) 2332-9191
Vendas na Bilheteria, no site Ingresso.com ou pelo telefone 21 4003-2330