O Teatro Sesi apresenta, a partir de 21 de janeiro, a segunda temporada do espetáculo Tebas Land, do autor uruguaio Sergio Blanco, inédito no Brasil e premiado com o Award Off West Endem Londres. Inspirado no mito do Édipo e na vida de São Martinho de Tours, santo europeu do século IV, Tebas Land tem como tema central um parricídio. O espetáculo, porém, não foca na reconstrução do crime, mas nos encontros entre um jovem parricida e um dramaturgo interessado em escrever a história desse crime.
Dirigido por Victor Garcia Peralta, o espaço cênico de Tebas Land é simples e depurado: a quadra de basquete da prisão, onde acontece o encontro quase documental entre esses dois personagens, duas pessoas de mundos completamente distintos. Começa então uma peça dentro da peça, em que o jovem assassino e o ator que o interpreta são representados por Robson Torinni. O elenco também traz Otto Jr., no papel do dramaturgo. Com esse jogo de metalinguagem, a peça pode ser considerada uma tese sobre o fazer do teatro, em que o espetáculo surge de uma sedutora combinação entre razão e emoção dos personagens.
“O texto nos cativou pelos dois diferentes planos, razão e emoção, e pelo processo criativo imbuído neles, em que a dramaturgia é construída durante a ação da peça, oscilando, quase que paralelamente, entre a discussão do fato ocorrido e a construção do texto da peça que será baseada no crime”, conta Victor Garcia Peralta, diretor e Torinni, – ambos idealizadores do projeto.
Com sensibilidade e inteligência o autor uruguaio Sergio Blanco expõe temas de grande relevância: paternidade, falta de afeto, solidão, famílias disfuncionais e falência dos sistemas prisionais. “Tebas Land conta a história de um encontro entre três mundos muito diferentes. No argumento, a única sobrevivência da espécie humana está na consciência do outro: eu existo na medida em que há outro antes de mim e, portanto, devo isso a ele. Além disso, a peça, ao abordar o parricídio, refere-se a uma questão que muito nos toca: as ligações com os pais. Nem todos podemos ser pais, mas todos somos filhos e, portanto, todos temos a experiência da descendência. E finalmente, é um trabalho que conta a dinâmica do que é a engenharia da construção de uma peça, como o texto está sendo escrito”, conta Sergio Blanco autor da obra, que recebeu cinco indicações ao Prêmio Max, na Espanha.
O espetáculo revisita ainda textos que abordam o tema, como Os Irmãos Karamazov, de Dostoievski, Um Parricida, de Maupassant, e Dostoievski e o Parricídio, de Freud.
Link com trecho da peça: https://www.youtube.com/watch?v=9rLN0MdIcY4&t=24s
Ou
senha: TEBASCLIPE5
Ficha Técnica
Autor: Sergio Blanco
Tradutor: Esteban Campanela
Direção: Victor Garcia Peralta
Atores: Otto Jr. e Robson Torinni
Cenógrafo: José Baltazar
Iluminador: Maneco Quinderé
Direção de movimento: Cris Amadeo
Trilha sonora: Marcello H
Assessoria de imprensa: Flávia Tenório
Designer Gráfico: Alexandre Castro
Direção de produção: Sérgio Saboya e Silvio Batistela
Fotografia – Jr. Marins
Operador de luz: Rodrigo Lopes
Produção: Galharufa Produções Culturais
Equipe de Produção: Alex Nunes e Ártemis.
Produção Executiva – Lis Maia.
Realização: REG’S Produções Artísticas
Idealização: Robson Torinni e Victor Garcia Peralta
Serviço
Espetáculo “Tebas Land”
Texto: Sérgio Blanco
Tradução: Esteban Campanela
Direção: Victor Garcia Peralta
Elenco: Otto Jr e Robson Torinni
Teatro Firjan SESI – Av. Graça Aranha, 1 – Centro, Rio de Janeiro, RJ
De 21/01 a 26/02– Segunda e Terças, às 19h
Classificação Etária: 16 anos
Duração 1h40
Valores dos ingressos : R$30 inteira / R$15 meia
Autor│Sergio Blanco – Diretor e dramaturgo teatral franco-uruguaio, Sergio Blanco viveu sua infância e adolescência em Montevidéu e atualmente reside em Paris. Depois de estudar filologia clássica, ele decidiu dedicar-se inteiramente à escrita e à direção de teatro. Suas peças foram premiadas em várias oportunidades com vários prêmios, entre eles, o Prêmio Dramático Nacional do Uruguai, o Prêmio Drama da Inauguração de Montevidéu, o Prêmio Nacional do Fundo de Teatro, o Prêmio Florêncio de Melhor Dançarino, Prêmio Internacional Casa de las Américas e Prêmios Best Text Theatre na Grécia. Em 2017, sua peça Tebas Land recebeu o prestigiado British Award Off West End em Londres. Seu trabalho entrou no repertório da Comédia Nacional do Uruguai em 2003 e 2007 com suas peças .45 ‘ e Kiev. Entre seus títulos mais conhecidos estão o Slaughter, .45 ‘, Kiev, Opus Sextum, diptiko (vol 1 e 2), Barbarie, Kassandra, Thebes Land, A ira de Narciso e quando você passa sobre meu túmulo. Várias de suas obras foram lançadas em seu país e no exterior, e a maioria foi traduzida em diferentes idiomas e foram publicadas em diferentes países.
Direção │Victor Garcia Peralta – Formado no Piccolo Teatro di Milano sob a direção de Giorgio Strehler. Trabalhou em Buenos Aires como ator e diretor em diversos espetáculos. No Brasil, dirigiu o sucesso de público Os homens são de Marte… E é para lá que eu vou! (com Mônica Martelli). Também foi responsável pela direção dos espetáculos Não sou feliz, mas tenho marido (com Zezé Polessa). Decadência (de Steven Berkoff, com Beth Goulart e Guilherme Leme), Tudo que eu queria dizer (de Martha Medeiros, com Ana Beatriz Nogueira) e Quem tem medo de Virginia Woolf? (de Edward Albee, com Zezé Polessa), A Sala Laranja: no Jardim de infância (Victoria Hladilo), O garoto da última fila (J. Mayorga). Na televisão dirigiu Alucinadas (Multishow), Gente lesa (GNT).
Ator │Robson Torinni – Participou de alguns trabalhos no cinema, teatro, teatro musical e televisão. Iniciou sua trajetória na Escola de Atores Globe-SP, passando pela Oficina de Atores da Rede Globo e Escola de Atores Wolf Maya. Se formou como Bacharel em teatro na Universidade Cândido Mendes e sua primeira produção foi A Sala Laranja: no Jardim de Infância.
Ator │Otto Jr – No teatro, cinema e na televisão o ator tem um extenso trabalho. Participou de “Amor em Dois Atos” (2016,2017) de Pascal Rambert com direção de Luiz Felipe Reis o qual recebeu o premio APTR “melhor ator protagonista 2016″;”Labirinto” (2015,2016,2017) de Alexandre Costa e Patrick Pessoa com direção de Daniela Amorim. No cinema atuou em “Desterro” (em pós produção) com direção de Maria Clara Escobar. Participou de “Malhação” e “Celebridade”, ambos da Rede Globo.