O artista cheio de referências, Cazuza, foi homenageado ontem em um show no Teatro Rival Petrobras. O espetáculo faz parte do projeto Covers, e quem deu voz aos blues e baladas do poeta foi a também cheia de referências Maria Gadú. O teatro lotado conferiu suas releituras para as canções, com roupagens bem diferenciadas, mais uma vez dando espaço para mostrar os estilos que a influenciam. Fui lá conferir e cito alguns abaixo.
Maria Gadú inicia o show recitando “O tempo não para”, acompanhada por uma batida que lembrava “Haiti”, de Caetano Veloso e Gilberto Gil. Em seguida, soltou a bela voz em uma sucessão de canções – algumas menos conhecidas. O grande sucesso “Bete Balanço” justificou o título, sendo repaginada na inusitada forma de marchinha de carnaval. Outra que fez jus ao nome foi “Exagerado”, que ganhou uma “pegada” mais rock’n roll, tudo a ver com a letra.
Enquanto o público pedia “Shimbalaiê” (primeiro e maior sucesso de Maria Gadú), a cantora levava na brincadeira e se manteve irredutível apresentando apenas sucessos de Cazuza. Fez piada inclusive com algo que bebia a todo momento dizendo, “Vocês acharam que é cachaça, né?”.

Maria Gadú no Rival Petrobras – Foto: apetecer.com
Dando seguida ao show, em “Faz parte do meu show”, foi possível conferir até mesmo uma valsinha. E a balada “Trem para as estrelas” – fruto da parceria de Cazuza com Gilberto Gil – teve a influência afro de sua versão original ainda mais carregada.
Com o show se aproximando do fim, as canções “Brasil” e “Ideologia” foram eleitas para o momento. Na primeira, sob uma adequada iluminação verde e amarela, Maria Gadú tirou proveito da mensagem da letra para falar a respeito das próximas eleições. A segunda teve grande participação do coro do público.
Todas as novas roupagens para os clássicos serviram para favorecer a técnica de Maria Gadú. Mas também houve pontos baixos. “Preciso dizer que te amo” perdeu sua sutileza e ganhou uma versão mais exagerada, com perdão do termo. Por vezes, a interpretação que a cantora dava parecia não ter a ver com a letra que estava sendo interpretada.
No decorrer do show, Maria Gadú se mostrava honrada pela oportunidade de interpretar as canções do ídolo. “É uma saudade que a gente tem desse cara que não está mais aqui, nessa forma. Trazer ele pro Rival, que é um lugar que ainda existe, prova que o artista se eterniza. Estou muito honrada de estar como um instrumento dele , nesse palco muito sagrado”.

Maria Gadú no Rival Petrobas -Foto: apetecer.com
Haverá hoje (27/04/2014), às 19h30, a última apresentação de “Maria Gadú canta Cazuza” no Rival. Importante lembrar que este show faz parte da programação toda especial para comemorar os 80 anos que o Teatro Rival Petrobras está comemorando. E vêm mais novidades por aí.
O teatro fica na rua Álvaro Alvim, 33/37 – Cinelândia.
Informações:
Ingressos:
R$ 100,00 (Inteira)
R$ 80,00 (Promoção para os 100 primeiros pagantes)
R$ 50,00 (Meia entrada para estudantes, idosos e professores da rede municipal).
Classificação: 18 anos
P.S.: Agradeço muito a Sheila, da assessoria do Teatro Rival, pelos convites e pela hospitalidade.